março 14, 2003

Santa aliança


A propósito de uma "Santa Aliança", diríamos que o inicio do conhecimento é a descoberta de algo que não entendemos
Por uma ironia do Destino, caprichoso e versátil em surpreender-nos nesta insondável coisa que é a vida, nesta semi democracia sui generis que nos permite viver, no Bombarral, eis que o PSD está todo junto outra vez, os bons filhos á casa tornam.
Nem sempre a analise da nossa existência política se fica a dever ao exclusivo uso da razão.
De forma intuitiva, por vezes em sentimentos inspirados pela capacidade exclusiva, de vira casacas, que alguns políticos trazem em si, desde o momento em que nasceram, se percebem os artistas, antes independentes, com as mutações evolutivas que sofrem com o passar do tempo, da mesma forma que um velho marinheiro pressente a tempestade que ainda está longe, este acordo e união entre o PSD e o Movimento Bombarral 1º, há muito que era aguardado.
Ou seja os independentes, (?), vêem o que é invisível ao comum dos mortais, vêem com os olhos da alma o que os outros partidos, não conseguem ver com os olhos do corpo.
Talvez para descermos à realidade do concreto me atreva a escrever o sacrilégio, numa crónica, de definir o Movimento O Bombarral 1º como o barómetro da política do concelho em que vive e em que está inserido.
Mas para além desta sensível percepção, que roça nos limites do pressentimento, para além desta dissecação espiritual da política em que o Movimento O Bombarral 1º vive e se insere e que é, por vezes, uma premunição em que as bases são alheias, se vêem os artistas obrigados por circunstancias ocasionais, ou talvez não, a usar os acordos como arma para atingir os fins a que sempre se propuseram, voltando, assim á casa de onde nunca quiseram sair, como paladinos da salvação dos superiores interesses do concelho do Bombarral.
Esta simplicidade, aparente e difícil, tem sido espelhada ao longo deste mandato autárquico, numa luta sem resistir á viabilização de todos os orçamentos que são apresentados ás Assembleias Municipais e renegando todas as ideias apresentadas.
Ao de cima vem, porém, " À flor do restolho, algo mais...."
O Movimento O Bombarral 1º , medita, agora, pelo céu lembrando o chão pisado nas correrias do passado e vê um, invisível, cordão umbilical que o liga a algo que foi o seu Paraíso Perdido e paira, bucólico, " No alto, ...", sem sincronismo no tempo esquecendo o vermelho recente do ódio, para renascer na realidade o verdadeiro Movimento O Bombarral 1º, mesmo que esta dádiva, de regresso á casa, não seja compreendida e aceite pelos que nele votaram, e dê ao Movimento O Bombarral 1º, o rosto do palhaço de quem o Povo ri.
O sentido do "ontem", o sentido do "agora", o sentido do "amanhã", entre o PSD e o Movimento O Bombarral 1º, separados por tão curto espaço de tempo, reflecte que nunca estiveram separados nem nas origens nem na política, são estas origens, que reflectem a sua dependência e não a sua independência e perdurarão através do resto deste mandato autárquico, sejam quais forem as vicissitudes em que mergulhe o Concelho do Bombarral contra a nossa vontade.
Quando, depois de patentearem a sua coragem e afirmarem-se independentes, para lutar contra o despotismo e a má gestão autárquica, o Movimento em que muitos se negaram a si mesmos para agradarem, servilmente, a quem muitas dessas culpas tinha, surgem agora tal salvadores juntos esquecendo o "agora" e lembrando o "ontem" outra vez.
No "agora" e no "amanhã" a luta pelo desenvolvimento do Concelho do Bombarral, e o direito a esse desenvolvimento, passam pela negação da cobardia na política, pela maturidade e pela estratégia.
Se todos os que votaram Bombarral 1º, levantarem a voz e repudiarem pactuar com a traição dos que querem, lugares de tempo inteiro, não precisarão que as gerações futuras perguntem por eles. Porque serão lembrados: Uns como gente de bem na política. Outros como réprobos e como traidores aos compromissos que assumiram com quem neles votou.
Temos um Concelho. E não uma coutada política onde uma minoria nos tutele numa menoridade mental que devemos repudiar.
Rio... dos Movimentos amorais;
Rio... por que há Vereadores desertores !
Rio... dos acordos nada laborais;
Rio... do meu Concelho que sofre horrores!