setembro 18, 2011

"Silly season" do Bombarralense

Bem a propósito da inevitável “silly season” do Sport Clube Escolar Bombarralense à qual é impossível escapar, tropecei numa página da última edição deste jornal onde se anunciava a exposição pública das contas das actividades culturais, aliás á meses pedidas por diversos associados. Porém ainda não as vi porque não foram afixadas.

Um clube de utilidade pública como o Sport Clube Escolar Bombarralense é obrigado a prestar contas, aos sócios, às entidades previstas na lei e diz o bom senso ao público em geral, contendo o máximo de informação possível e cumprindo os estatutos que obrigam qualquer direcção a fixar publicamente a conta corrente mensalmente.

Os estatutos não podem servir unicamente para aplicar quando interessa aos valores instalados ou quando algum sócio se quer candidatar e não o pode fazer porque não cumpriu o período de nojo previsto nos mesmos, é necessário e credível cumprir sempre com os estatutos.

Os estatutos do SCEB são violados e manietados pelas necessidades de cada director ou órgão social, e a violação dos estatutos parece-nos que já passou a ser lei. Todos sabemos que há sócios que só se fizeram sócios depois de eleitos e há sócios, dirigentes, que endividam o SCEB, através dos bancos sem que alguma vez tenham solicitado á respectiva Assembleia Geral a autorização estatutária para isso.

Eu próprio, no decorrer da semana passada, fiz presente ao Sr. Presidente da mesa, aliás também Presidente da câmara, uma proposta de alteração dos estatutos do SCEB, proposta essa que acreditamos estar e vir de encontro às necessidades estatutárias de que o clube carece. Os actuais estatutos estão desfasados da realidade desportiva e da realidade de gestão empresarial necessária para tirar o clube da situação caótica em que se encontra e em que se afunda mais com o passar do actual mandato.

Tenho, ultimamente, escrito algumas linhas sobre o SCEB mas, também tenho em conversas, alertado para as situações menos esclarecidas que só servem aqueles que querem esconder a incompetência de actos anteriormente realizados.

Dediquei-me com afinco à análise de diversos conteúdos que giram á volta do SCEB e tirei várias conclusões. Os actuais corpos “dirigentes” para além de não apresentarem as contas do mandato da direcção anterior, já ultrapassaram, eles mesmos, todos os prazos para apresentarem em Assembleia o seu plano de actividades e orçamento, conforme está previsto nos “tais” estatutos.

Isto dá força á ideia, que tenho defendido desde inicio, que a actual direcção quando se candidatou, através de uma lista feita á pressa como todos sabemos, não tinha qualquer projecto para o clube nem tem qualquer plano de actividades e orçamento para a época, vamos por isso continuar a ver gerir o clube ao sabor do vento e indo de encontro às necessidades instaladas. (Desculpem se me engano, mas esta é a realidade do momento.)

A saber também, está o ambiente vivido em torno do inicio da época do futebol juvenil, onde vários pais levaram os filhos a trocar de clube por não acreditarem em quem o dirige. O que já levou a direcção a pedir á velha guarda que o dirija, o que para já não sabemos mas parece-nos que não foi aceite, a proposta.

Situações destas só acontecem e serão frequentes durante a época porque quando se avança sem projecto e sem pessoas para os cargos não se pode querer que os problemas sejam resolvidos.

Disse-o e assim farei, quer os que estão comigo quer eu próprio não sou nem seremos uma força destabilizadora ou um entrave ao que de bom se possa realizar no Bombarralense.

Lamento que ao fim de 100 anos este clube ainda não seja dirigido com fins desportivos, sociais e económicos bem definidos e que não haja a visão e o engenho para aproximar os sócios e o tecido empresarial do Bombarral em volta de um projecto que promova o Sport Clube Escolar Bombarralense e por consequência o concelho do Bombarral.

O SCEB tem a 2ª melhor sala de espectáculos do concelho.

Porventura também de entre todas as outras a mais suja do concelho, onde atletas jovens convivem diariamente, com o lixo que se vai acumulando nuns balneários que o deixaram de ser para mais parecerem uma lixeira, onde sócios mais idosos convivem numa sala onde se acumula o lixo, o verdete e sofás bolorentos e rasgados, uma sala onde por cada canto, ou atrás de cada porta existe uma cadeira ou uma mesa partida e amontoada, uma sala que não vê água nem cera á “séculos”.

A sede do Bombarralense precisa de manutenção, urgente, chove na sala onde se pratica desporto, chove dentro dos quadros eléctricos, chove por todo o lado, por baixo e por cima… E não vejo nem as direcções nem as modalidades instaladas a fazerem o que quer que seja para inverter este cenário.

É mais fácil, as direcções dizerem que não há dinheiro e que por isso não nada se pode fazer, no SCEB como no País é mais fácil pôr a culpa em outrem pelos nossos erros e problemas do que assumir a nossa inabilidade para os resolver. Estas situações só serão revertidas quando, como no passado, os dirigentes o forem porque acreditam numa causa e porque tem um projecto. Pode ser pequeno e modesto mas sem ele nada acontece.

Conheço a realidade do SCEB e o modo de pensar de cada dirigente/seccionista que acaba sempre na “mesma conversa”: o dinheiro que entra no clube é só para o futebol mas, esquecem-se dos milhares de euros que entram para as secções que nada fazem para melhorar as condições da sala/sede que utilizam.

Tenho dito e afirmo que existem vários clubes dentro do clube e essa é uma verdade inegável, pelo que nunca percebi porque é que desde a direcção de 94/95 as modalidades que utilizam a sede deixaram de comparticipar nas despesas da luz, da água e da limpeza da sede. Nesse mandato de 94/95 para além da modalidade de ciclo-turismo, iniciaram-se também e evoluíam na sede as modalidades de patinagem, hóquei em patins, bilhar e ballet para além das outras já existentes como a ginástica e o ténis de mesa e os torneios de futebol de salão, todas elas participavam nas despesas de forma para que gestão e a limpeza do espaço fosse feita indo de encontro às necessidades de cada modalidade e para que a sede tivesse os funcionários necessários para que sócio ou não, tivesse o apoio que necessitava, aliás situação que agora parece-me que não acontece, e digo-o porque eu próprio durante estes últimos quinze dias fui á sede por quatro vezes para tratar de um assunto de secretaria e com muito azar meu nunca encontrei a mesma aberta no horário fixado.

È importante refundar o Sport Clube Escolar Bombarralense e este era o ano ideal para o fazer, o ano 100.

O clube necessita de organizar uma grande Assembleia magna, quiçá um Congresso que junte sócios, atletas e dirigentes, actuais e antigos mesmo que não sócios, para que todos em conjunto com as entidades desportivas e culturais e até com os cidadãos interessados no associativismo possa ser discutida a utilidade do SCEB e para que sejam encontradas soluções e linhas de orientação que permitam que o Bombarralense cumpra o seu papel de utilidade pública.

Aprendi ao longo dos meus 52 anos que devemos sempre tentar beber onde o “vinho” é bom, assim copiar os bons exemplos não tem mal nenhum e temos pelo país os mais diversos exemplos de trabalho associativo e público com frutos para a população onde estão inseridos. E não é esse o estatuto de utilidade pública?

Mas, infelizmente há muitos dirigentes e entidades locais que ainda não compreenderam o que é esse estatuto nem o querem compreender e aceitar.

Nesta terra onde habitamos, uns por nascimento outros por opção, é tempo de deixar o medo do protagonismo dos outros em detrimento do nosso. Um clube bem gerido e cumpridor da sua utilidade pública é um clube que serve os seus associados e a população em geral e que pode substituir as entidades oficiais em actos para que não estão preparadas, recebendo dai as contrapartidas necessárias.

Este é o clube que protagonizamos hoje e, quem sabe, numa próxima candidatura.

Vamos, “tal patetas”, mais uma vez e desta vez em ano de centenário e com uma comissão composta de “ilustres” bombarralense, realizar um almoço ou um jantar de aniversário sem que se tenha durante o ano feito qualquer evento ou evocação destes 100 anos, num clube que até tem a única Taça de Portugal, atribuída em ciclismo, é muito pouco, diria mesmo não é nada porque aniversário faz-se todos os anos, agora 100 anos só se faz uma vez, e este ano somos nós e Vitória Futebol Clube, mais conhecido por Vitória de Setúbal.

Nos antípodas do desinibido tom crítico mas não destrutivo que utilizo, reavivou-se-me a memória da velha máxima nacional que diz que: "Desgraça de pote é caminho de riacho."

Caros Senhores Directores: tenho a dizer-lhes que por este caminho e no meio de tanto mercantilismo, os senhores não perseguem um ideal, o melhor seria procurar uma viúva sem dificuldades financeiras, ou então apresentarem um plano de actividades que congregue os sócios de forma para que o clube não caia numa situação ainda mais insustentável, mesmo antes de faltar o dinheiro para o tão “culpado” futebol sénior.

Nota: “Silly Season” tradução á letra: “Temporada boba”

setembro 01, 2011

Antes burro que me carregue do que cavalo que me derrube

No rescaldo do Festival do Vinho, e que antes de qualquer crítica, julgo mesmo ter sido um dos mais visitados dos últimos anos e um dos mais fracos em termos de programação cultural, fica-nos por isso no ar a pergunta: porquê razão um Festival chamado de nacional e realizado em pleno mês de Agosto só tem a duração de 5 dias?
Aliás, convém mesmo não esquecer que 5 dias é o tempo de duração de qualquer festa de aldeia pequena do concelho, porque as grandes aldeias e as vilas da região realizam festas de mais de 8 dias com programas culturais de inveja.
Não quero com isto dizer que o Bombarral é uma vila pequena, mas não é maior do que algumas dessas aldeias, hoje o Bombarral não passa de uma aldeia grande sem qualquer interesse económico para investir e sem objectivos definidos para o seu crescimento económico.
Podem os responsáveis pela organização do evento vir dizer e confirmar as palavras de todos os presidentes de juntas de freguesia que não há dinheiro para nada, mas este dito já não serve para nada, aliás é uma música gasta que já vem do tempo da cassete.
Estamos em crer que os bombarralenses e o comércio em particular, não querem aceitar que se transforme um Festival de 12 dias e outro de 6 dias, anteriormente realizados entre Julho e Agosto, num único festival de 5 dias por falta de dinheiro.
Quem ouviu o comércio e as freguesias sobre estas alterações temporais dos certames do concelho? O anteriormente festival do vinho e feira da pêra rocha eram o balão de oxigénio que o comércio local esperava durante todo o ano era um prémio de verão que movimentava todo o comércio e a hotelaria em particular. A realização destes certames trazia diariamente á vila os fregueses que na sua maioria só cá vinham no dia da feira mensal ou quando necessitavam de vir ao banco ou á cooperativa.
Acredito que as finanças municipais não estão de boa saúde mas esta não pode ser a razão para tudo o que não se faz até porque as finanças do município já estão em mau estado há mais de uma década.
Mais nos parece que a falta de eventos de verão se deve ao facto dos políticos querem todos ir a banhos durante os meses de verão e por isso não quererem eventos no concelho que os obriguem a estar no concelho durante esses meses, aliás meses em que mais pessoas sempre visitaram e visitam o Bombarral, emigrantes que se habituaram a vir das freguesias com os seus familiares durante estes certames e visitantes que sempre vieram ao Bombarral durante os certames anteriores.
Isto para além da mais-valia, não utilizada, de hoje podermos também promover os certames junto do empreendimento Quinta dos Loridos, local visitado por milhares de pessoas diariamente.
Bem sabemos que a pouca publicidade, os poucos expositores temáticos e a pouca qualidade dos eventos culturais não são um atractivo que chame o público num período, nobre, em que se realizam diversos eventos e actividades culturais, bastante publicitadas, quer nos concelhos de Peniche da Lourinha e de Torres Vedras e quer principalmente em Óbidos.
Certames com estratégia são certames que são pensados de forma a não coincidirem com certames de outros concelhos com mais capacidade de captação de visitantes, como os casos de Óbidos e Peniche.
As populações criam hábitos ao longo dos anos e estes certames fazem parte desses hábitos que sempre fizeram aumentar o consumismo durante os meses de Julho e Agosto na Vila do Bombarral.
Quando é que as entidades oficiais fazem a simples conta de multiplicar de forma a saberem que se durante os 2 certames que eram feitos, anteriormente e em separado, se o Bombarral recebesse a visita de 50 mil pessoas e cá deixassem 5€ cada, deixariam no concelho no mínimo 250 mil euros, pensar e agir assim é pensar no Bombarral e no apoio á economia local e aos seus empresários e comércio em geral.
Todos nós nos recordamos de haver alguns políticos que faziam questão de referir que só o festival do vinho era visitado por cem mil pessoas todos os anos, agora façam as contas, mesmo sabendo que os números que eram citados eram demasiado empolados.
Não deixam porém os presidentes das juntas de freguesia do concelho de serem o espelho do descontentamento geral que se vive quer nas Freguesias em particular quer no Concelho no geral.
É importante reverter esta situação, e é importante que a “chamada” oposição política conjuntamente com a maioria responsável deixam dos seus pedestais e se unam de forma a tirar o Concelho do Bombarral do marasmo em que se encontra. A razão de ser de uma Câmara Municipal não é dar lucro, em “cash” como uma empresa é isso sim dar lucro em qualidade de vida e em apoio social e apoio empresarial e comercial aos seus munícipes.
E se há quem pense que uma câmara municipal fecharás as portas porque não tem dinheiro, desengane-se que isso nunca aconteceu nem irá acontecer, lógico que importante é não aumentar o endividamento existente mas não nos podemos esconder atrás desse endividamento para não fazer nada.
Estamos crentes de que o principal problema do município do Bombarral não é de pessoas é isso sim de falta de ideias e de imaginação para com pouco fazer muito e principalmente para se fazerem parcerias de desenvolvimento, realistas, com as juntas de freguesia e com entidades privadas, agora que ninguém tenha dúvidas que para se ter tem que se dar algo em troca e o Concelho do Bombarral tem muito para poder dar em troca.
Como diz o ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, mas no Bombarral quem nos tem governado ao longo dos tempos prefere mais o ditado “antes burro que me carregue que cavalo que me derrube”.