julho 31, 2015

BOMBARRAL(ense). Que futuro?

Dois acontecimentos sociais importantes ocorreram durante este mês na nossa pacata vila do Bombarral. Primeiro a Assembleia Geral Electiva do velhinho SCEB-Sport Clube Escolar Bombarral, longe vão os tempos de assembleias concorridas onde os sócios se preocupavam com os destinos desta associação. Hoje há meia dúzia de “carolas” que ainda se apresentam nas assembleias de forma a dar algum ânimo aos que têm a coragem de se candidatarem a gerir o desporto no Bombarral.
Sendo uma obrigação da autarquia apoiar as associações desportivas e culturais do seu espaço territorial, infelizmente no Bombarral há diversos anos que não há apoios autárquicos que facilitem as actividades desportivas.
Passados os anos em que se gastavam milhares de contos no futebol, quase profissional, do SCEB, hoje luta-se com grandes dificuldades para manter esse futebol como amador e garantir que as outras modalidades que outrora foram grandes e bastante representativas do clube e do concelho também sobrevivam com o impulso de outros carolas, pais dos atletas, que se vão mantendo enquanto os seus filhos por lá praticam um desporto, que devia ser apoiado pela autarquia, dado ser um desporto para todos.
O SCEB-Sport Clube Escolar Bombarralense tem graves problemas e os seus dirigentes precisam de ajuda, não falo em problemas de gestão do dia-a-dia, pois com credibilidade e sacrifício têm as mais recentes direcções conseguido manter a tesouraria em ordem e aniquilado problemas do passado.
Falo do seu património que se vai degradando, sede social e campo de jogos, por falta de verbas necessárias para fazer a sua manutenção e, era nesta área que muito se devia esperar da autarquia que está completamente alheia a este problema.
Noutros tempos podia o SCEB-Sport Clube Escolar Bombarralense recorrer a patrocínios das empresas e do comércio local mas, e esse foi o segundo acontecimento social importante que ocorreu, numa organização da Associação Bombarral Sustentável, um colóquio sobre o futuro do comércio local no Bombarral. Dos testemunhos dos comerciantes, muito poucos, presentes neste colóquio, conclui-se entre outras coisas que que o estado do comércio local é de tal forma frágil e com problemas muito idênticos, pelo que hoje ao contrário de outros tempos não consegue apoiar o SCEB-Sport Clube Escolar Bombarralense.
A principal realidade foi, que quer na Assembleia Geral do SCEB, quer no colóquio, a ausência de qualquer representante da autarquia o que foi muito notado e criticado. É sem dúvida bem demonstrativo de que os estes dois problemas locais não são um assunto de importância para quem devia estar sempre preocupado a arranjar soluções para o desenvolvimento desportivo e do comércio local.
Porque se um torna a mente e o corpo são, o outro enche os bolsos á Autarquia através do pagamento de impostos.
Pelo que aconteceu nestes dois eventos também se pode concluir que cada vez mais as pessoas estão arredadas dos problemas globais concelhios e do interesse geral, fechando-se cada um na sua “quintinha” com medo de que a do vizinho seja maior do que a dele.
O Bombarralense e o Comércio local do Bombarral têm falta e pessoas e, sem pessoas nada pode funcionar.
É importante que os sócios do SCEB por um lado e os comerciantes locais pelo outro se unam de forma a reforçarem o espirito de cooperação entre pares, e que procurem e criem soluções próprias para os seus problemas de forma a não definharem.
Quer uns quer os outros dependem muito deles próprios e da sua capacidade de mobilização de pessoas mas, é muito importante que a autarquia assuma o seu papel protector e patrocinador de forma a ajudar ambos a voltarem a encontrar o seu lugar na nova textura desportiva e económica do concelho do Bombarral.
Assim, uns e outros queiram e com diálogo e partilha de responsabilidades será possível levar o SCEB e o comércio local outra vez a bom porto... Faço votos que sim.
 
«In Jornal Noticias do Bombarral»

julho 25, 2015

Comércio Local do Bombarral, desafios e soluções

Não que eu acredite que ele exista, mas teria sido interessante ouvir o Sr. Presidente da câmara dar a conhecer o projecto estratégico do município para o futuro do comércio do Bombarral, como não foi possível, …
E foi pena porque assim não sabemos se das muitas ideias que diz ter trazido das viagens recentes a diversos países não vinha dai a solução para o nosso comércio local. Fica para outra ocasião.
Tenho feito várias buscas de ideias e opiniões na tentativa de conhecer e encontrar algumas soluções para os problemas que se abatem sobre o comércio local, principalmente no Bombarral, e é um pouco desse trabalho e da minha opinião que gostava de partilhar aqui convosco. Pessoalmente é minha opinião que a Bombarral Sustentável (actual associação comercial cá da terra) em conjunto com os comerciantes e a autarquia devia analisar e retirar ensinamentos de experiências internacionais em matéria de revitalização comercial; e depois recomendar acções específicas para a promoção e gestão da área comercial do Bombarral.
É PRECISO UM NOVO ROSTO PARA O COMÉRCIO
Por isso tem que se fazer uma análise da oferta e da procura
É IMPORTANTE QUE RÁPIDAMENTE SE FAÇA UMA ANÁLISE DO COMÉRCIO LOCAL, PORQUE SE PERGUNTAR AQUI QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO COMÉRCIO LOCAL DO BOMBARRAL NESTE MOMENTO: Por ramo de actividade mais representativo ou pela forma jurídica dominante:
Ninguém me sabe responder correctamente.
Pessoalmente numa visualização mental vejo que hoje o comércio mais representativo do Bombarral serão as lojas chinesas, os cabeleireiros, as churrasqueiras e os cafés.
Será?
É TAMBÉM MUITO IMPORTANTE CONHECER O PERFIL DO EMPRESÁRIO:
Saber qual a faixa etária predominante; o local de residência; o nível de escolaridade; se possui ou não formação profissional e se manifesta interesse em frequentar cursos de formação na área da sua actividade
É PRECISO TAMBÉM CONHEÇER A ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS
Se as lojas possuem funcionários, á quantos anos exploram a actividade e a que Serviços externos recorrem para além da Contabilidade
DEPOIS É NECESSÁRIO TAMBEM CONHECER A POLÍTICA COMERCIAL:
Saber a frequência de renovação da montra, se renova 1 vez por semana; 1 vez por mês Saber os pontos fortes da política comercial: Atendimento, Qualidade e Preços
Saber dos Dias de encerramento do estabelecimento: e porquê?
Saber do horário: e porquê?
Disto para além de se saber também quais os Dias de maior e menor afluência:
SABER QUAIS AS PERSPECTIVAS FUTURAS
Isto é, quais os entraves ao desenvolvimento do comércio: O estacionamento; A desertificação do coração da vila; O poder de compra existente; A concorrência
E MUITO IMPORTANTE saber quando efectuou o último investimento se há mais de 3 anos, se tem projectos para os próximos 12 meses; e quais as medidas para melhorar a gestão do estabelecimento:
É IMPORTANTE SABER A CARACTERIZAÇÃO DOS CLIENTES: Se tem base de dados de cliente Se possui cartão de cliente e qual a caracterização dos seus clientes: Se pagam a pronto pagamento, se são Fiéis ou se são Exigentes
NOVO ROSTO PARA O COMÉRCIO
Estudos INDICAM do que mais agrada/desagrada no comércio local:
AGRADA:
Qualidade Proximidade da residência/ emprego Atendimento
DESAGRADA:
Estacionamento Falta de acessibilidade; Preços praticados; Horários de funcionamento Pouca variedade da oferta;
O que mais agrada/desagrada nas grandes superfícies:
AGRADA. Variedade da oferta Facilidade de aceder em automóvel Estacionar gratuitamente Preços praticados Qualidade da oferta Atendimento personalizado.
DESAGRADA:  Distância da residência/ emprego Acesso em automóvel
O NOVO DESAFIO É DAR UM NOVO ROSTO AO COMÉRCIO DO BOMBARRAL
De encontro ao consumidor desafios e soluções
A actividade comercial instalada no Bombarral tem sofrido nos últimos anos profundas transformações: 
Novos formatos de comércio; 
Abandono do centro da Vila; 
Desertificação ao fim da tarde e ao fim-de-semana; 
Perda da atractividade do centro; 
Degradação do tecido urbano e comercial; 
Novos hábitos de compra (interligação entre a actividade de compra e o lazer); 
Novas exigências dos consumidores;
Os centros comerciais e os hipermercados existem e não vão deixar de existir no futuro próximo!
Comércio local: que futuro?
Os centros urbanos têm vindo a perder força e protagonismo, devido à crise do tecido comercial que tem revelado falta de capacidade de adaptação.
Assim, é importante sabermos da autarquia:
Que futuro para o comércio local?
Que futuro para a Vila do Bombarral?
QUAIS SÃO OS DESAFIOS:
Modernizar e adaptar o comércio às mudanças: o comércio não se pode isolar das tendências da modernidade;
Preservar e dinamizar o comércio, não permitindo que a vila se transforme em dormitório, sem vida comercial.
Encarar esta problemática como um novo desafio e apostar na inovação, qualidade e diferenciação do serviço prestado
SOLUÇÕES:
Retirar ensinamentos da existência dos centros comerciais e forma de funcionamento de modo a que o pequeno e o grande comércio possam coexistir em situação de complementaridade e não de conflito;
Retirar ensinamentos das intervenções de requalificação dos centros das cidades e das vilas iniciadas na Europa ocidental.
A partir de 1980 por toda a europa ocidental há um interesse no centro das vilas e das cidades, é por isso necessário que a autarquia implemente políticas no sentido de intervir no centro da vila e nas áreas mais comercial:
REVITALIZAÇÃO URBANA.
PODEMOS, POR EXEMPLO SEGUIR O QUE FOI UTILIZADO NOS ESTADOS UNIDOS cujo declínio económico do comercio local conduziu à criação das: (Áreas de Desenvolvimento Económico) – chamadas BID’s nos EUA: isto são organizações semiprivadas sem fins lucrativos, por exemplo a Bombarral Sustentável, devidamente legitimada para definir e cobrar uma taxa aos proprietários de imóveis comerciais de uma determinada área, com o propósito de prestar, em contrapartida, um conjunto de serviços adicionais àqueles que já são ou deviam ser assegurados pela AUTARQUIA.
Os Principais benefícios dos BID’s: são a limpeza e manutenção; publicidade conjunta; tomada de posições colectivas; programas de desenvolvimento económico; mobiliário urbano; iluminação; estacionamento, etc… visando a criação de espaços agradáveis e atractivos que estimulem os visitantes a voltarem, recorrendo a diversas formas e meios de fomentar a compra, o lazer e a permanência, usufruindo do espaço e das condições que o mesmo tem para oferecer; através de actividades temáticas, exposições de rua e interior das lojas locais, etc..
Por exemplo no caso Britânico Os “Town Centre Management” (TMC) – “Gestão do Centro da vila ou da Cidade” baseiam-se na filosofia da gestão comercial centralizada. Assume modalidade de parceria público-privada, incumbida de tarefas no âmbito da melhoria geral dos locais de comércio, do marketing local e organização e campanhas de promoção desse comércio;
A actuação é delineada no sentido de complementar os serviços das autoridades locais, (o que no nosso caso não se conhece qualquer actividade) de regenerar e reabilitar a área comercial para aumentar a sua vitalidade comercial;
O sucesso da revitalização comercial BRITANICA baseia-se na Matriz dos 4 A’s: Acessibilidade, Atracção, Animação e Acção.
Só para que tenhamos uma ideia
Vários países têm-se envolvido em actividades de revitalização do comércio local, e tentam encontrar activamente soluções que previnam o declínio económico do seu comércio tradicional e local: Espanha, Bélgica (Bruxelas tem 12 gerências de comercio local), França (Bordéus, Marselha, Lille, Le Havre), Áustria (60 unidades de gestão), Alemanha (cerca de 250 cidades contam com unidades de gestão do comercio local), Suécia (dezenas de cidades), Canadá (em + de 80 municípios e bairros do Quebec), África do Sul (em Joanesburgo).
A nossa vizinha Espanha:
Tem várias experiências pioneiras ao nível da gestão de comércio local, aliás tem mesmo a Confederación Nacional de Asociaciones de Comerciantes locales de España: constituída na cidade de Madrid e dela fazem parte várias cidades como Ciudad Real; Alicante; Ávila; Bilbao; Burgos; Las Palmas; Gijón; Granada; Logroño; Málaga; Panplona; Pontevedra; Palencia; Segovia; Santander; Santiago de Compostela; Teruel; Valencia; Valladolid; Madrid, etc.
A CCP (Confederação Comércio e Serviços Portugal) e a DGAE, (Direcção Geral Actividades Económicas) com a participação do CECOA (Centro Formação Profissional Comércio e Afins) estabeleceram uma parceria tendente a desenhar um modelo de intervenção e revitalização de espaços comerciais dos centros das vilas e das cidades;
O QUE É QUE JÁ FOI FEITO NO BOMBARRAL NESSE SENTIDO?
UNIDADES DE GESTÃO DO COMÉRCIO LOCAL
O que são?
Nada mais do que o resultado de uma parceria entre as Câmaras Municipais e as associações de comércio e serviços;
Tiveram a sua génese nos projectos PROCOM e URBCOM;
Que objectivos prosseguem?
Estratégico: tornar mais competitivo e dinâmico o comércio e serviços locais;
Complementar: requalificar e reanimar as áreas comerciais tornando-as lugares com reforçado poder de atractividade fazendo emergir uma imagem diferenciadora assente na cultura identitária própria.
Que trabalho desenvolvem?
Acções que contribuam para atrair mais pessoas para as áreas comerciais combatendo a perda de centralidade (Ex.: acções promocionais e de animação de rua);
Acções que ajudem o comércio local a melhorar os serviços e conhecer melhor o mercado potencial;
Acções que fomentem a melhoria do ambiente urbano tornando-o mais aprazível.
O QUE É QUE JÁ FOI FEITO NO BOMBARRAL?
NA MINHA OPINIÃO TEMOS QUE CAMINHAR NO SENTIDO de uma oferta global do comércio local, mediante:
Prestação comum de serviços;
Cumprimento diferenciado dum horário por actividade;
USO de um logótipo; Prestação conjunta e integrada de actividades de ócio/lazer e animação comercial, etc… Reforçar o espírito de cooperação entre os comerciantes;
Envolver a autarquia e a associação empresarial; Melhoria na utilização do estacionamento; Reforço das zonas pedonais cuidadosamente arranjadas;
Criação de zonas de ócio (esplanadas, zonas verdes, parques infantis, praças públicas, etc.);
Melhoria das condições de limpeza e higiene e todas as medidas que pretendem dar corpo a duas ideias fundamentais: recuperar a clientela perdida e reforçar a influência do comércio local.
O COMÉRCIO LOCAL ESTÁ DEPENDENTE DE UMA GESTÃO RACIONAL E EQUILIBRADA DEVE POR ISSO, NÃO HAVENDO UMA ESTRATÉGIA AUTÁRQUICA PARA O COMÉRCIO LOCAL, SER UM NOVO DESAFIO CONCELHIO: ajudar o comércio local a encontrar o seu lugar na nova textura económica, com imaginação, ousadia e sentido de oportunidade
A SOLUÇÃO: Passa por renovar a imagem e dar um novo rosto ao Comércio LOCAL mas,
É PRECISO QUE O COMÉRCIO LOCAL SE LEMBRE QUE TEM QUE TER HORÁRIOS COMPATIVÉIS COM OS DIVERSOS OUTROS SECTORES DE ACTIVIDADE LOCAL.
É PRECISO QUE A AUTARQUIA FAÇA ALGO PARA FIXAR PESSOAS, QUE CRIE OPORTUNIDADES DE FORMA A CHAMAR PESSOAS.
É MAIS FACIL UM COMERCIANTE NO BOMBARRAL, COMPAR UM CARRO NOVO DO QUE REMODELAR O SEU ESTABLECIMENTO.
É PRECISO QUE TODOS QUEIRAM, PROPRIETÁRIOS DE LOJAS ABERTAS E DE LOJAS FECHADAS, (QUE TEM QUE DECIDIR SE AS QUEREM MANTER FECHADAS A DEGRADAR OU ABERTAS A REVITALIZAR COM RENDAS SUPORTAVEIS) OS COMERCIANTES, A AUTARQUIA, E AS ASSOCIAÇÕES DO SECTOR
MAS, ACIMA DE TUDO É PRECISO PESSOAS.
UM PRIMEIRO PASSO PASSA PELA ISÊNÇÃO DE HÓRARIOS JÁ DURANTE O FESTIVAL DO VINHO E DA PÊRA ROCHA.
 
«intervenção feita durante o colóquio, (o comércio no Bombarral que futuro?), organizado pela Associação Bombarral Sustentável, auditório municipal, 24 de julho de 2015»