Em vez do ignorar deram-lhe palco e eles aproveitaram.
Ignorar o Chega é como silenciar uma nota dissonante de uma
sinfonia. Ignorar o Chega é uma escolha consciente de não reconhecer a sua
presença.
Às vezes, este ignorar é um mecanismo de defesa contra quem não é confiável
e uma forma de proteger as acções políticas futuras, outras vezes é um ato de desdém
ou rejeição direta,
No entanto a ignorância nem sempre é a melhor solução, pode deixar
cicatrizes emocionais profundas e criar barreiras de comunicação difíceis de
superar,
Às vezes, é mais sábio enfrentar os problemas de frente, em vez de
deixá-los acumular sob o manto do silêncio.
Porém acredito que o Chega só irá decidir apoiar q.b. o governo da
AD quando perceber que os seus votantes ficarão descontentes com este, normal, funcionamento
de se dizer e desdizer constantemente.
Para mim este modo de funcionamento, é um paradoxo que revela a
intenção do Chega só procurar o palco da imprensa e, a imprensa dá-lhe palco desde
que ele ataque o PSD e o CDS.
No Chega, ainda não percebi, às vezes diz uma coisa e depois
desdiz, não sei se por mudança de opinião, influência externa ou
simplesmente por querer o confronto.
Essa oscilação pode refletir indecisão, falta de sinceridade ou a
natureza fluida das perceções e sentimentos do seu Líder.
No entanto, é importante reconhecer o impacto das palavras e
ações, sem coerência e honestidade política para poder construir uma
relação saudável e autêntica com a AD.
Conheço e tenho vários amigos no Chega, eu sei, e todos sabem que
não são "fascistas" correm atrás de palavras que ouvem sem as
considerarem “ocas”, mas sim porque lhes dão esperança de algo vir a mudar.
Porém o Chega não é e, já o demonstrou, confiável e, isso é uma
qualidade essencial quer num ser humano quer num partido político.
Ser digno de confiança, cumprir promessas, manter segredos e estar
presente quando necessário é o que de melhor há em política e o “Chega” ainda não
entendeu isso,
A confiabilidade é construída no tempo através de acções
consistentes e, o episodio da eleição do Presidente da Assembleia da República,
foi a mais pura desmonstração de que o “chega e o seu Líder não são confiáveis.
Se o Chegar quer levar para diante algumas das promessas que fez
ao seu eleitorado, necessita da AD, pois que sem ela não tem os votos de mais
ninguém, verdade que a AD também precisa dos votos do Chega, mas pode governar
com a abstenção do PS e ignorar o Chega.
Se o Chega quer o melhor para Portugal, tem que se tornar confiável
e falar com a AD de forma que esta governe Portugal.
Já este ano teremos eleições para o Parlamento Europeu, e já aí se
verá os cartões amarelos a surgir.
Portugal já foi governado por governos minoritários do Ps e do PSD
e CDS e as legislaturas foram até ao fim. Por que razão esta não irá ?
LM
Conselheiro Nacional do CDS