março 30, 2024

Eles fizeram o papão ...

Foram os partidos de esquerda e a imprensa portuguesa que fizeram o Chega crescer.

Em vez do ignorar deram-lhe palco e eles aproveitaram.

Ignorar o Chega é como silenciar uma nota dissonante de uma sinfonia. Ignorar o Chega é uma escolha consciente de não reconhecer a sua presença.

Às vezes, este ignorar é um mecanismo de defesa contra quem não é confiável e uma forma de proteger as acções políticas futuras, outras vezes é um ato de desdém ou rejeição direta,

No entanto a ignorância nem sempre é a melhor solução, pode deixar cicatrizes emocionais profundas e criar barreiras de comunicação difíceis de superar,

Às vezes, é mais sábio enfrentar os problemas de frente, em vez de deixá-los acumular sob o manto do silêncio.

Porém acredito que o Chega só irá decidir apoiar q.b. o governo da AD quando perceber que os seus votantes ficarão descontentes com este, normal, funcionamento de se dizer e desdizer constantemente.

Para mim este modo de funcionamento, é um paradoxo que revela a intenção do Chega só procurar o palco da imprensa e, a imprensa dá-lhe palco desde que ele ataque o PSD e o CDS.

No Chega, ainda não percebi, às vezes diz uma coisa e depois desdiz, não sei se por  mudança de opinião, influência externa ou simplesmente por querer o confronto.

Essa oscilação pode refletir indecisão, falta de sinceridade ou a natureza fluida das perceções e sentimentos do seu Líder.

No entanto, é importante reconhecer o impacto das palavras e ações, sem coerência e  honestidade política para poder construir uma relação saudável e autêntica com a AD.

Conheço e tenho vários amigos no Chega, eu sei, e todos sabem que não são "fascistas" correm atrás de palavras que ouvem sem as considerarem “ocas”, mas sim porque lhes dão esperança de algo vir a mudar.

Porém o Chega não é e, já o demonstrou, confiável e, isso é uma qualidade essencial quer num ser humano quer num partido político.

Ser digno de confiança, cumprir promessas, manter segredos e estar presente quando necessário é o que de melhor há em política e o “Chega” ainda não entendeu isso,

A confiabilidade é construída no tempo através de acções consistentes e, o episodio da eleição do Presidente da Assembleia da República, foi a mais pura desmonstração de que o “chega e o seu Líder não são confiáveis.

Se o Chegar quer levar para diante algumas das promessas que fez ao seu eleitorado, necessita da AD, pois que sem ela não tem os votos de mais ninguém, verdade que a AD também precisa dos votos do Chega, mas pode governar com a abstenção do PS e ignorar o Chega.

Se o Chega quer o melhor para Portugal, tem que se tornar confiável e falar com a AD de forma que esta governe Portugal.

Já este ano teremos eleições para o Parlamento Europeu, e já aí se verá os cartões amarelos a surgir.

Portugal já foi governado por governos minoritários do Ps e do PSD e CDS e as legislaturas foram até ao fim. Por que razão esta não irá ?

LM

Conselheiro Nacional do CDS