Ouvi
por ai que já se iniciou o inesquecível e glorioso período em que o
Bombarral comemora os “80 anos do Concelho” .
Como
talvez alguns bombarralenses consigam perceber , o Bombarral não deu
por isso .
A indiferença alheia não nos deve preocupar, porque quem está no Bombarral está de tal forma mergulhado num frenesim tão grande de actividades culturais , que nem tem tempo para pensar no que há-de escolher para a semana que vem entre esta onda desconcertante de exposições, teatro, cinema, danças, cantares e montagens de rua, que mostram o frenesim e justificam absolutamente este nosso contentamento da fome que dá em fartura .
A indiferença alheia não nos deve preocupar, porque quem está no Bombarral está de tal forma mergulhado num frenesim tão grande de actividades culturais , que nem tem tempo para pensar no que há-de escolher para a semana que vem entre esta onda desconcertante de exposições, teatro, cinema, danças, cantares e montagens de rua, que mostram o frenesim e justificam absolutamente este nosso contentamento da fome que dá em fartura .
Não
há roteiro detalhado que nos indique o que escolher, não há cartaz
ou brochura que nos informe o que visitar .
«
Bombarral um Concelho de cultura » , será um dos titulos da
imprensa no 100 º aniversário do Concelho . E este sim, será um
aniversário que terá um roteiro detalhado dos acontecimentos mais
significativos que se irão realizar durante todo o ano, as ruas do
Concelho serão alegremente enfeitadas, as Bandas Filármonicas
tocarão nos coretos, reconstruidos para o efeito, e os artistas do
Concelho terão um sala de exposições permanente onde poderão
mostrar as suas obras .
No
entanto há boas noticías, chegadas durante este curto período que
nos abandonou, é que pelo Bombarral aconteceram alguns espéctaculos
culturais de monta, não oficiais, fomos visitados pelo fadista
“Manuel de Almeida“ acompanhado por um elenco memoravél e pelo
cançonetista “Quim Barreiros“com as suas canções populares,
vimos exposições de “Artesanato Africano”, o artista
bombarralense “António Gaspar“ expôs as suas aguarelas, sobre
o tema : «Olhar para o Bombarral » , que nos fará recordar no
futuro um Bombarral que tende a desaparecer, e a “Orquestra Ligeira
do Exércio“ vai nos dar um espectáculo agradavél de musica
clássica e sinfónica .
Gostaria
de imaginar que terei contribuido em minha modesta porção, para tal
fenómeno, mas era capaz de me estar a iludir .
Mas
estas mostras são sazonais e só demonstram a ingratidão do
publico: assim que desponta uma nesga de sol, vai tudo para fora em
busca de outras mostras e outras culturas . Assim se demonstra o erro
básico de toda a estratégia, não existente, para a divulgação da
cultura do Concelho do Bombarral .
Como
todos os produtos, o Bombarral, é de boa qualidade, desde que se
aposte na credibilidade dos cidadãos, nos seus argumentos e na
originalidade das suas acções, gerando uma mistura interessante de
conflitos insólitos e criando um género que possa ser a transição
para o Concelho Cultural e desenvolvido que todos ansiamos .
Não
é, no entanto, possivél protagonizar só através de cidadãos
anónimos cuja máxima excitação consiste em querer mostrar o
melhor que podem e sabem o Concelho, todos os conflitos possivéis em
mostras culturais como: a pintura, o sacro, a pré-história, o
romano, o artesanato e os vinhos .
Se
as entidades oficiais não forem protagonistas, teremos o trepidante
espectáculo do Bombarral a olhar para o Bombarral, onde somente
decorrerá um jogo de conflitos que nos fará sentir orgulhosamente
sós .
«in Jornal Area Oeste»
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