Pobre, muito pobre mesmo o programa daquele que deveria ser um ano rei,
um ano de festividades culturais. lúdicas e sociais sobre os 100 anos da
criação do concelho do Bombarral.
100 Anos é muito tempo para tão pouca coisa, arrisco mesmo a dizer para
nada, num concelho com tanta história e que caminha para um abismo cada vez
mais sem retorno.
Numa conferência de imprensa onde os presentes tiveram oportunidade de
desfrutar de um jantar com vários pratos típicos da região, de onde fizeram
parte do menu o tradicional (?) Sarrabulho, a Carne Frita, os Jaquinzinhos (?),
os Ovos Mexidos com Alheira (?), a Tarte de Pêra Rocha, os Gorjões do Palácio e
os Crepes com doce de Pêra Rocha, era de esperar que a organização municipal apresenta-se
um programa farto de atividades em todo o concelho.
Mas não.
A organização optou por juntar as atividades normais das coletividades
como o círculo de cultura musical, os bombeiros, os lendários, os alunos da escola
Fernão do Pó, o bombarralense, o cicloturismo de Famões, o amigo fiel, o rotary
clube e as irmandades religiosas do Carvalhal e chama-las de comemorações dos
100 anos do concelho.
Pasme-se, até o corso do festival do vinho é uma atividade dos festejos.
Normalmente para se fazer um programa é necessário haver conhecimento da matéria.
Ninguém põe jogadores de bridge numa seleção de futebol, então para quê pedir a
pessoas não preparadas nem renumeradas a organizar a principal Festa do
Bombarral dos últimos 100 anos ?
Depois de diversos comentários nas redes sociais e nos cafés da nossa
Vila sobre a divulgação, mais uma vez, tardia das comemorações o Sr. Presidente
da câmara mais uma vez - em vez de ser um homem de ação, foi um homem de reação
– e reagiu com a publicação de um cartaz referente às comemorações que se
iniciam no próximo fim-de-semana. Como de costume publicidade para consumo
interno, tarde e a más horas.
Como já vai sendo hábito e nos vamos acostumando tudo o que se organiza
nesta terra é para consumo interno, para contentamento das hostes partidárias e
para uns quantos possam mostrar-se ao partido.
Para que um executivo com 3 vereadores permanentes, 3 secretários e 1
chefe de gabinete, para além do Presidente e que continua a desleixar a
informação publica externa ao concelho e às hostes partidárias.
Que comemorações são estas que se passam só na Vila para além de considerar
a procissão e a feira do Carvalhal como um evento comemorativo dos 100 anos do
concelho, quando foram esquecidas dos políticos durantes pelo menos os últimos
40 anos?
Que comemorações são estas que decidem aproveitar um livro que devia ter
sido lançado em 2011 pelo bombarralense, como parte integrantes das comemorações
dos 100 anos do concelho.
O livro vem com 3 anos de atraso e o concelho nos seus 100 anos não está
com 3 anos de atraso mas já vai a caminho dos 20 anos de atraso comparado com
as cidades que nos rodeiam, outrora aldeias quando nós eramos Vila e hoje
caminhamos para aldeia.
Dizia “Óscar Wilde” – uma ideia que não é perigosa não merece ser
chamada de ideia – e estas comemorações não trazem uma única ideia nova para
cativar alguém a vir do exterior ao Bombarral para conhecer a nossa história e
o que este concelho tenha para oferecer a quem nos possa visitar.
Como diz uma amiga minha bombarralense, para estes governantes
concelhios turismo é quando os mesmos vão para fora e nunca quando os de fora visitam
ou possam vir a visitar o Bombarral.
Quando o ponto alto das comemorações deveria ser no mês de maior movimentação
de naturais, emigrantes, é mesmo nesse mês de agosto que nada acontece, como de
costume, os políticos vão fazer turismo lá fora.
É um lamento que a Câmara Municipal no ano em que se comemoram 100 anos
da criação deste concelho não faça uma única atividade que mostre aos mais
novos e que possa ser mediatizada o que foi e qual a história deste concelho e
dos grandes homens que lutaram pela sua criação e dos grandes homens da
cultura, dos negócios e mesmo da política que nasceram, viveram e morreram para
defender os interesses do Bombarral.
Estes e outros políticos recentes que agora governam, a história se encarregarão
de os julgar pela sua ignorância e pelo desconhecimento do que verdadeiramente
é servirem a causa pública.
Muito cresceu o Bombarral quando os políticos eram voluntários.
E hoje …
?