agosto 21, 2022

Certamente, não é este o caminho.

 No regresso á escrita oito meses depois....

A narrativa, deputado europeu e presidente do CDS quer levar partido de volta ao parlamento, é irresistível, mas, para as televisões é formato barato que não vende. O protagonista não aparece, os ex-deputados, imagens antigas vindas do passado já pouco glorioso e todo o seu estado de espírito, preocupações e elucubrações é dado por outros partidos da oposição com direito de antena, terceiros; ele está subentendido atrás de ideias e propostas que ninguém conhece, ou melhor, que não chegam a ninguém. Não sabemos que ruas limítrofes, é o espaço da acção para levar a palavra aos cidadãos eleitores.

E a história avança como? Através de figurantes e personagens que fazem umas palestras internas com alguns militantes, mas, cujos resultados não chegam aos jornais nem aos cidadãos; e são eles que tem que contar a história e, esse é um dos charmes do formato da democracia e do passa palavra na “caça” ao voto.

O CDS neste formato é uma espécie de amigos de Alex só que o Alex não está morto, está escondido do povo, das suas romarias, das suas festas, das suas gentes e fala e defende algo que não chega a ninguém. Não tem uma bandeira, não tem uma ideia, não tem uma estratégia para atingir a meta do regresso ao parlamento. Enquanto isso o povo vai sendo crucificado com impostos, com incêndios, com corrupção, tudo aquilo contra o que o CDS sempre lutou e repudiou.

O homem na praça pública, hoje chamada de rede social, não descola nas sondagens nem cativa novos seguidores.

É difícil ser CDS nestes tempos em que o partido parece estar preventivamente preso de ideias e movimentos. Tudo o que o homem produziu de política nestes últimos cinco meses, foi peregrinações; peregrinações sem bandeiras nem estratégias, num país onde não há oposição nem ideias para Portugal.

Bem tem sido avisado, desde a partida, que uma coisa é política outra é amizade, mas não me parece que distinga uma coisa da outra, quando se rodeia dos amigos contra os adversários internos. Adversários não são inimigos, são eles que corrigem e dão “arreganho” para fazer mais e melhor. O que é patético e não ajuda ninguém, muito menos o CDS e o seu líder, é o abandono das estruturas, e dos autarcas, esses são o garante de haver quem faça campanha e leve a palavra da democracia cristã até aos mais pequenos lugares do nosso Portugal. Nem a política, nem o cidadão que procura, muito justamente, alternativas, consegue vê-la no CDS e no seu líder.

Mas, tudo pode mudar.

A amizade pode ser a coisa mais linda do mundo, mas, devoção e dever para com um partido que nos deu tanto e, respeito e reconhecimento por quem por ele também tanto lutou e luta, deve ser uma das prioridades de quem quer ser líder.

E ainda pode voltar a traz e dar um rumo e uma bandeira aos que acreditam que ainda é possível.

A liderança e a amizade é, como já disse, a coisa mais linda, que se transmite à população; mesmo com menos televisão, mas, com a defesa séria de bandeiras políticas que defendam os reais problemas que afetam os portugueses, tudo é possível. Cada visita a um concelho, a uma cidade, a uma aldeia, a uma romaria, contribui para aumentar a índice de confiança, do homem que quer liderar uma oposição moribunda, cada visita, cada reportagem conseguida, cada declaração sobre cabalas e conspirações aproxima-nos mais da população que tem que  ver em nós, confiança e alternativa credível, de que nos afastámos todos nas últimas legislativas, mais do CDS tem de ser alternativa.

Eu acredito que é possível. E vocês?

Luis Montez

Conselheiro Nacional do CDS