No regresso á escrita oito meses depois....
A narrativa, deputado europeu e presidente do CDS quer levar
partido de volta ao parlamento, é irresistível, mas, para as televisões é formato
barato que não vende. O protagonista não aparece, os ex-deputados, imagens
antigas vindas do passado já pouco glorioso e todo o seu estado de espírito,
preocupações e elucubrações é dado por outros partidos da oposição com direito
de antena, terceiros; ele está subentendido atrás de ideias e propostas que
ninguém conhece, ou melhor, que não chegam a ninguém. Não sabemos que ruas
limítrofes, é o espaço da acção para levar a palavra aos cidadãos eleitores.
E a história avança como? Através de figurantes e personagens que
fazem umas palestras internas com alguns militantes, mas, cujos resultados não
chegam aos jornais nem aos cidadãos; e são eles que tem que contar a história e,
esse é um dos charmes do formato da democracia e do passa palavra na “caça” ao
voto.
O CDS neste formato é uma espécie de amigos de Alex só que o
Alex não está morto, está escondido do povo, das suas romarias, das suas festas,
das suas gentes e fala e defende algo que não chega a ninguém. Não tem uma
bandeira, não tem uma ideia, não tem uma estratégia para atingir a meta do
regresso ao parlamento. Enquanto isso o povo vai sendo crucificado com
impostos, com incêndios, com corrupção, tudo aquilo contra o que o CDS sempre lutou
e repudiou.
O homem na praça pública, hoje chamada de rede social, não
descola nas sondagens nem cativa novos seguidores.
É difícil ser CDS nestes tempos em que o partido parece
estar preventivamente preso de ideias e movimentos. Tudo o que o homem produziu
de política nestes últimos cinco meses, foi peregrinações; peregrinações sem
bandeiras nem estratégias, num país onde não há oposição nem ideias para Portugal.
Bem tem sido avisado, desde a partida, que uma coisa é política
outra é amizade, mas não me parece que distinga uma coisa da outra, quando se
rodeia dos amigos contra os adversários internos. Adversários não são inimigos,
são eles que corrigem e dão “arreganho” para fazer mais e melhor. O que é patético
e não ajuda ninguém, muito menos o CDS e o seu líder, é o abandono das
estruturas, e dos autarcas, esses são o garante de haver quem faça campanha e
leve a palavra da democracia cristã até aos mais pequenos lugares do nosso
Portugal. Nem a política, nem o cidadão que procura, muito justamente,
alternativas, consegue vê-la no CDS e no seu líder.
Mas, tudo pode mudar.
A amizade pode ser a coisa mais linda do mundo, mas, devoção e
dever para com um partido que nos deu tanto e, respeito e reconhecimento por
quem por ele também tanto lutou e luta, deve ser uma das prioridades de quem
quer ser líder.
E ainda pode voltar a traz e dar um rumo e uma bandeira aos que
acreditam que ainda é possível.
A liderança e a amizade é, como já disse, a coisa mais linda, que
se transmite à população; mesmo com menos televisão, mas, com a defesa séria de
bandeiras políticas que defendam os reais problemas que afetam os portugueses,
tudo é possível. Cada visita a um concelho, a uma cidade, a uma aldeia, a uma
romaria, contribui para aumentar a índice de confiança, do homem que quer liderar
uma oposição moribunda, cada visita, cada reportagem conseguida, cada
declaração sobre cabalas e conspirações aproxima-nos mais da população que tem
que ver em nós, confiança e alternativa credível,
de que nos afastámos todos nas últimas legislativas, mais do CDS tem de ser alternativa.
Eu acredito que é possível. E vocês?
Luis Montez
Conselheiro Nacional do CDS
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