junho 17, 2011

Última esperança

Passos Coelho divulgou o elenco do novo governo mas, já ouvi e concordo, mais me parece uma “selecção á Carlos Queirós” do que uma “selecção á Paulo Bento”.
Se por um lado 11 ministros são um sinal de contenção, na despesa, por outro lado obriga a que os mesmos se tenham que suplantar para dirigir super ministérios, ou não, pois é um governo curto de ministros mas que irá ser comprido de secretários de estado.
Verdade que para se cumprir o acordo feito com a “troika” do FMI e da CE vai ser necessário muito trabalho, muita imaginação e muito jogo de cintura mas, pessoalmente, e espero estar enganado, pelo que conheço de alguns dos agora indigitados não lhes conheço capacidades de trabalho, não politicas, para desempenhar os cargos para que vão ser empossados.
O estado caótico em que se encontra Portugal, não vai permitir nem amadorismos nem segundas oportunidades e, parece-me que pela parte do CDS, se Paulo Portas é o homem certo no cargo certo, já Assunção Cristas e Pedro Mota Soares são, na minha opinião apostas menos boas.
A verdade é que esta é a minha opinião e não a de Paulo Portas por isso os convidou, no entanto formulo esta opinião pelo conhecimento, pessoal do passado, que tenho quer do CDS quer dos visados. São os visados sem dúvida, pessoas capazes, honestas e bons académicos mas nas áreas para que foram escolhidos já a história é diferente.
Assunção Cristas nada ou pouco sabe sobre: Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, no entanto se por um lado o desconhecimento da pasta ministeriável pode ser um “mau presságio”, por outro lado quem sabe se Assunção Crista não nos vai surpreender a todos, quem sabe se até a ela própria, e não virá a ser uma super ministra que dará volta á situação preocupante em que se encontra a agricultura e o mar nacionais.
Não nos podemos esquecer que Portugal neste momento, pouco produz e importa mais de 70% dos alimentos que consome e, uma das formas de combater a crise é inverter a situação de forma a importar menos e aumentar as exportações e isso será possivél desde que a agricultura e o mar nos ajudem a sair desta crise tornando Portugal outra vez num país com agricultores a produzirem e pescadores a pescarem.
Portugal tem bons agricultores e bons pescadores só não tem tido a sorte de ter bons Ministros da Agricultura, será desta que teremos UMA MINISTRA para pôr os “tomates” deste país no sítio que merecem.
Mas não é só na agricultura e pesca que se esperam novidades as áreas do ambiente e do ordenamento do território são áreas importantíssimas para o desenvolvimento de Portugal há muito a fazer nestas áreas se por um lado é importante cumprir as directrizes sobre o ambiente e melhorar a nossa qualidade de vida a reorganização da floresta e de todo o território nacional para que os empresários saibam o que fazer e onde fazer, são um marco importante para este ministério, assim há que esperar e dar tempo e o beneficio da dúvida a Assunção Cristas para que nos surpreenda a todos, mas principalmente que esse tempo seja de esperança para todos os que labutam nestas áreas imprescindíveis para que Portugal saia da crise.
Portugal merece e os homens da terra e do mar também.
Sobre Pedro Mota Soares, que conheço pessoalmente desde os tempos longínquos da JC reconheço-lhe capacidade organizativa e conhecimentos na área da legislação e do direito laborar mas a sua carreira é politica, pois não lhe são conhecidos feitos na área empresarial ou do mercado laboral, isto é, a sua experiência laboral é como politico e isso não é curriculum laboral aceite pelos portugueses, para um ministério como o dos Assuntos Sociais, se por um lado o curriculum politico é uma mais-valia para a negociação com as organizações sindicais, por outro lado o desconhecimento do trabalho “real” activo pode ser um facto negativo na auscultação e resolução dos problemas laborais de cada um dos portugueses, todos sabemos que o desemprego, actualmente superior a 11%, vai aumentar e não será o governo que vai criar empregos, essa é uma tarefa das empresas e dos empresários que, eles, também estão ciosos da necessidade de apoio social de forma a poderem investir mais e melhor. É o crescimento das pequenas e médias empresas e o que conseguem exportar que ajuda e ajudará Portugal a sair da crise.
O computador “Magalhães” é neste momento um dos principais produtos, senão o principal, que Portugal exporta e essas exportações terão que se manter e se possivél aumentar mas, para que as exportações aumentem e nossa balança seja equilibrada as empresas e os empresários necessitam de apoio á laboração, os encargos das empresas sobre os trabalhadores são insuportáveis e são um revés na ajuda á exportação. Pedro Mota Soares como Assunção Cristas são dois Ministro que nasceram com a democracia, nasceram com um país novo, por isso são uma esperança nesta “última” oportunidade que a Democracia portuguesa tem para que Portugal volte a aproximar-se do país que já foi, para que os portugueses de hoje possam vir sonhar como os portugueses que já viveram num passado recente. Bem.
Já Paulo Portas segue o sonho de uma vida, politica, o reconhecimento internacional e a possibilidade de acabar junto da Santa Sé. Os Negócios Estrangeiros, são um ministério com o homem certo, no lugar certo, resta-me aqui uma dúvida, será que vai ser Paulo Portas a calar e pôr fim á carreira de “diplomata” de Ana Gomes?
Depois da análise aos Ministros indicados pelo parceiro de coligação de Pedro Passos Coelho, pouco posso falar dos ministros indigitados quer da área do PSD quer dos independentes, no entanto nestes há pelo menos dois deles em que deposito muitas esperanças.
Em Nuno Crato como ministro da Educação, com varias obras publicadas nesta área, julgo que irá impor o seu cunho e a sua maneira de pensar, a educação sem facilidades, a educação onde os bons serão recompensados e os fracos e medíocres não.
Julgo que com Nuno Crato não haverá mais passagens de ano para alunos medíocres, só passarão os que sabem e que tenham notas positivas, julgo que Nuno Crato irá colocar a educação no lugar certo, quem sabe passa, quem não sabe chumba. E para os professores será, estou certo, uma verdadeira surpresa, saberá ouvir e saberá valorizar os que querem um ensino forte e bom, onde os bons possam passar a ser melhores e os maus passem a ser bons ou se retirem da carreira. Acredito que com Nuno Crato o mérito será reconhecido. A educação é um dos marcos mais importantes de um povo e da sua história, Portugal já deu ao mundo grandes educadores e prémios Nobel e, isso só é possivél com um ensino de alto nível e não com um ensino medíocre em que se passa para que as estatísticas sejam agradáveis e mostrem uma realidade que não existe.
Depois outra das ministeriáveis de quem muito se espera é Paula Teixeira da Cruz que vai liderar um dos ministérios onde serão exigidas profundas reformas, na sequência do memorando assinado com a ‘troika'. Paula Teixeira da Cruz é uma mulher muito combativa e com experiência na área judicial, Paula Teixeira da Cruz tem pela frente a liderança de um dos ministérios mais ‘problemáticos' e mediáticos, onde as várias classes que integram o sector têm tido nos últimos anos dificuldade em entender-se: o Ministério da Justiça. O memorando da ‘troika', obriga o Governo a várias reformas nesta área e os prazos são vistos pelo sector como apertados. Paula Teixeira da Cruz terá que avançar a passos largos com a reforma do Mapa Judiciário, fazer uma avaliação minuciosa às pendências e adoptar medidas que ponham fim aos processos parados e tentar cobrar os elevados montantes que estão em dívida nos processos executivos e fiscais. Mas acima de tudo terá que apaziguar um sector onde vários interesses se chocam.
Este governo tem duas mulheres mas, são duas mulheres oriundas de um País de lutadores, duas mulheres nascidas em Angola o que por si nos dá garantias de serem duas combatentes e não desistirem com facilidade de atingir os objectivos a que se propõem. Assim Passos Coelho e Paulo Portas possam ter nos seus ministro pessoas combativas e independentes na análise dos problemas e na resolução dos mesmos, Portugal merece e os portugueses assim o desejam, por isso votaram na mudança.

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