setembro 01, 2011

Antes burro que me carregue do que cavalo que me derrube

No rescaldo do Festival do Vinho, e que antes de qualquer crítica, julgo mesmo ter sido um dos mais visitados dos últimos anos e um dos mais fracos em termos de programação cultural, fica-nos por isso no ar a pergunta: porquê razão um Festival chamado de nacional e realizado em pleno mês de Agosto só tem a duração de 5 dias?
Aliás, convém mesmo não esquecer que 5 dias é o tempo de duração de qualquer festa de aldeia pequena do concelho, porque as grandes aldeias e as vilas da região realizam festas de mais de 8 dias com programas culturais de inveja.
Não quero com isto dizer que o Bombarral é uma vila pequena, mas não é maior do que algumas dessas aldeias, hoje o Bombarral não passa de uma aldeia grande sem qualquer interesse económico para investir e sem objectivos definidos para o seu crescimento económico.
Podem os responsáveis pela organização do evento vir dizer e confirmar as palavras de todos os presidentes de juntas de freguesia que não há dinheiro para nada, mas este dito já não serve para nada, aliás é uma música gasta que já vem do tempo da cassete.
Estamos em crer que os bombarralenses e o comércio em particular, não querem aceitar que se transforme um Festival de 12 dias e outro de 6 dias, anteriormente realizados entre Julho e Agosto, num único festival de 5 dias por falta de dinheiro.
Quem ouviu o comércio e as freguesias sobre estas alterações temporais dos certames do concelho? O anteriormente festival do vinho e feira da pêra rocha eram o balão de oxigénio que o comércio local esperava durante todo o ano era um prémio de verão que movimentava todo o comércio e a hotelaria em particular. A realização destes certames trazia diariamente á vila os fregueses que na sua maioria só cá vinham no dia da feira mensal ou quando necessitavam de vir ao banco ou á cooperativa.
Acredito que as finanças municipais não estão de boa saúde mas esta não pode ser a razão para tudo o que não se faz até porque as finanças do município já estão em mau estado há mais de uma década.
Mais nos parece que a falta de eventos de verão se deve ao facto dos políticos querem todos ir a banhos durante os meses de verão e por isso não quererem eventos no concelho que os obriguem a estar no concelho durante esses meses, aliás meses em que mais pessoas sempre visitaram e visitam o Bombarral, emigrantes que se habituaram a vir das freguesias com os seus familiares durante estes certames e visitantes que sempre vieram ao Bombarral durante os certames anteriores.
Isto para além da mais-valia, não utilizada, de hoje podermos também promover os certames junto do empreendimento Quinta dos Loridos, local visitado por milhares de pessoas diariamente.
Bem sabemos que a pouca publicidade, os poucos expositores temáticos e a pouca qualidade dos eventos culturais não são um atractivo que chame o público num período, nobre, em que se realizam diversos eventos e actividades culturais, bastante publicitadas, quer nos concelhos de Peniche da Lourinha e de Torres Vedras e quer principalmente em Óbidos.
Certames com estratégia são certames que são pensados de forma a não coincidirem com certames de outros concelhos com mais capacidade de captação de visitantes, como os casos de Óbidos e Peniche.
As populações criam hábitos ao longo dos anos e estes certames fazem parte desses hábitos que sempre fizeram aumentar o consumismo durante os meses de Julho e Agosto na Vila do Bombarral.
Quando é que as entidades oficiais fazem a simples conta de multiplicar de forma a saberem que se durante os 2 certames que eram feitos, anteriormente e em separado, se o Bombarral recebesse a visita de 50 mil pessoas e cá deixassem 5€ cada, deixariam no concelho no mínimo 250 mil euros, pensar e agir assim é pensar no Bombarral e no apoio á economia local e aos seus empresários e comércio em geral.
Todos nós nos recordamos de haver alguns políticos que faziam questão de referir que só o festival do vinho era visitado por cem mil pessoas todos os anos, agora façam as contas, mesmo sabendo que os números que eram citados eram demasiado empolados.
Não deixam porém os presidentes das juntas de freguesia do concelho de serem o espelho do descontentamento geral que se vive quer nas Freguesias em particular quer no Concelho no geral.
É importante reverter esta situação, e é importante que a “chamada” oposição política conjuntamente com a maioria responsável deixam dos seus pedestais e se unam de forma a tirar o Concelho do Bombarral do marasmo em que se encontra. A razão de ser de uma Câmara Municipal não é dar lucro, em “cash” como uma empresa é isso sim dar lucro em qualidade de vida e em apoio social e apoio empresarial e comercial aos seus munícipes.
E se há quem pense que uma câmara municipal fecharás as portas porque não tem dinheiro, desengane-se que isso nunca aconteceu nem irá acontecer, lógico que importante é não aumentar o endividamento existente mas não nos podemos esconder atrás desse endividamento para não fazer nada.
Estamos crentes de que o principal problema do município do Bombarral não é de pessoas é isso sim de falta de ideias e de imaginação para com pouco fazer muito e principalmente para se fazerem parcerias de desenvolvimento, realistas, com as juntas de freguesia e com entidades privadas, agora que ninguém tenha dúvidas que para se ter tem que se dar algo em troca e o Concelho do Bombarral tem muito para poder dar em troca.
Como diz o ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, mas no Bombarral quem nos tem governado ao longo dos tempos prefere mais o ditado “antes burro que me carregue que cavalo que me derrube”.

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