dezembro 08, 2011

Temporada Boba (continuação)

Está de parabéns a direcção do SCEB pela organização do jantar de aniversário dos 100 anos do clube, pois contrariamente a todas as expectativas mais optimistas conseguiu juntar certa de 250 pessoas num jantar diferente dos habituais jantares.

E digo diferente não por ser o jantar dos 100 anos mas por ser um jantar onde ficámos a saber, publicamente, que o presidente da Associação de Futebol de Leiria é do mesmo partido politico que o presidente da Câmara do Bombarral.

Não compreendemos se esta foi a forma que encontrou para pedir desculpa aos sócios do Bombarralense que estiveram duas horas á espera dele ou se foi para se desculpar perante os seus signatários políticos.

E assim entre um bocado de pão e vinho e mais esta e aquela história iniciou-se o jantar do centenário onde porém não marcaram presença os que diariamente seguem o SCEB nas actividades e nas assembleias, quiçá pelo elevado custo do jantar.

Pese embora haver alturas durante o jantar em que o mesmo mais parecia um jantar do PSD, temos que nos orgulhar por tanta gente ter aderido a esta comemoração onde na nossa opinião aconteceram coisas que marcarão alguns dos presentes e o clube para sempre.

Se mais não houvera pelo menos neste jantar, chegou-se á brilhante conclusão pela palavra do representante do futebol distrital que 1911 foi antes de 1914, e que o SCEB clube de futebol foi criado mesmo antes da Federação Portuguesa de Futebol, isto porque desconhecimento que o SCEB quando foi criado era um clube de ciclismo e não de futebol.
Se por um lado damos os parabéns á direcção por outro lado parece-nos continuar a inevitável “silly season” do Sport Clube Escolar Bombarralense à qual vai ser impossível escapar, já á algumas edições anteriores deste jornal se anunciava a exposição pública das contas das actividades culturais, aliás há meses pedidas por diversos associados. Porém continuamos na mesma pois a sua fixação foi adiada, disseram-nos por medo das finanças, que mais desculpas se irão arranjar para a não apresentação de contas?

Será que não há ninguém em algum órgão social que ponha razão nesta razão?

Um clube de utilidade pública como o Sport Clube Escolar Bombarralense é obrigado a prestar contas, aos sócios, às entidades previstas na lei e diz o bom senso ao público em geral, contendo o máximo de informação possível e cumprindo os estatutos que obrigam qualquer direcção a fixar publicamente a conta corrente mensalmente.

Os estatutos do SCEB são violados e manietados pelas necessidades de cada director ou órgão social, e a violação dos estatutos parece-nos que já passou a ser lei. Todos sabemos que há sócios que só se fizeram sócios depois de eleitos e há sócios, dirigentes, que endividam o SCEB, através dos bancos sem que alguma vez tenham solicitado á respectiva Assembleia Geral a autorização estatutária para isso.

Nós próprios, desde o dia 8 de Setembro, fizemos presente ao Sr. Presidente da mesa, aliás também Presidente da câmara, uma proposta de alteração dos estatutos do SCEB, proposta essa que acreditamos ir de encontro às necessidades estatutárias de que o clube carece. Os actuais estatutos estão desfasados da realidade desportiva e da realidade de gestão empresarial necessária para tirar o clube da situação caótica em que se encontra e em que se afunda mais com o passar do tempo.

Temos, ultimamente, escrito e alertado para situações menos esclarecidas que só servem aqueles que querem esconder a incompetência de actos anteriormente realizados.

Já passaram e foram ultrapassados todos os prazos para apresentação das contas do mandato anterior e, já foram ultrapassados todos os prazos para apresentar em Assembleia o plano de actividades e orçamento, conforme está previsto nos “tais” estatutos.

Isto dá força á ideia, que temos defendido desde inicio, que a actual direcção não tinha qualquer projecto para o clube nem tem qualquer plano de actividades e orçamento para a época desportiva e cultural, unicamente estava na candidatura continuar a esconder. E perguntamos mesmo a esconder o quê?

Vamos continuar a ver o clube gerido ao sabor do vento e sem qualquer planificação financeira e desportiva. Ma que mais podemos esperar de uma direcção que tomou uma posse, na nossa opinião, pouco digna pois estiverem ausentes quer o anterior quer o actual presidente da Assembleia na passagem de testemunho que foi feita por “segundas” directivas.

Lamentamos que ao fim de 100 anos este clube ainda não seja dirigido com fins desportivos, sociais e económicos bem definidos e que não haja a visão e o engenho para aproximar os sócios e o tecido empresarial do Bombarral em volta de um projecto que promova o Sport Clube Escolar Bombarralense e por consequência o concelho do Bombarral.

O SCEB tem a 2ª melhor sala de espectáculos do concelho.

Porventura também de entre todas as outras a mais suja do concelho, onde atletas jovens convivem diariamente, com o lixo que se vai acumulando nuns balneários que o deixaram de ser para mais parecerem uma lixeira, onde sócios mais idosos convivem numa sala onde se acumula o lixo e o verdete em sofás bolorentos e rasgados, uma sala onde por cada canto, ou atrás de cada porta existe uma cadeira ou uma mesa partida e amontoada.

A sede do Bombarralense precisa de manutenção, urgente, chove na sala onde se pratica desporto, chove dentro dos quadros eléctricos, chove por todo o lado, por baixo e por cima… E não vimos nem as direcções nem as modalidades instaladas a fazerem o que quer que seja para inverter este cenário.

É mais fácil, dizer que não há dinheiro e que por isso nada se pode fazer, no SCEB como no País é mais fácil pôr a culpa em outrem pelos nossos erros e problemas do que assumir a nossa inabilidade para os resolver. Estas situações só serão revertidas quando, como no passado, os dirigentes o forem porque acreditam numa causa e porque tem um projecto que pode ser pequeno e modesto mas sem ele nada acontece.

Conhecemos a realidade do SCEB e o modo de pensar de cada dirigente/seccionista que acaba sempre na “mesma conversa”: o dinheiro que entra no clube é só para o futebol mas, esquecem-se dos milhares de euros que entram para as secções que nada fazem para melhorar as condições da sala/sede que utilizam.

Temos dito e afirmamos que existem vários clubes dentro do clube e essa é uma verdade inegável, pelo que nunca percebemos porque é que desde a nossa direcção as modalidades que utilizam a sede deixaram de comparticipar nas despesas da luz, da água e da limpeza da sede. Nesse mandato para além da modalidade de ciclo-turismo, iniciaram-se também e evoluíam na sede as modalidades de patinagem, hóquei em patins, bilhar e ballet para além das outras já existentes como a ginástica e o ténis de mesa e os torneios de futebol de salão, todas elas participavam nas despesas de forma para que a gestão e a limpeza do espaço fosse feita indo de encontro às necessidades de cada modalidade e para que a sede tivesse os funcionários necessários para que sócio ou não, tivesse o apoio que necessitava, aliás situação que agora parece-me que não acontece, e digo-o porque nós próprios durante este último mês fomos á sede por quatro vezes para tratar de assuntos de secretaria e com muito azar nosso nunca encontrámos a mesma aberta no horário fixado.

È importante refundar o Sport Clube Escolar Bombarralense no ano 100. O clube necessita de organizar uma grande Assembleia magna, quiçá um Congresso que junte sócios, atletas e dirigentes, actuais e antigos mesmo que não sócios, para que todos em conjunto com as entidades desportivas e culturais e até com os cidadãos interessados no associativismo possa ser discutida a utilidade do SCEB e para que sejam encontradas soluções e linhas de orientação que permitam que o Bombarralense cumpra o seu papel de utilidade pública.

Aprendemos ao longo dos nossos 52 anos que devemos sempre tentar beber onde o “vinho” é bom, assim copiar os bons exemplos não tem mal nenhum e temos pelo país os mais diversos exemplos de trabalho associativo e público com frutos para a população onde estão inseridos.

E não é esse o estatuto de utilidade pública?

Mas, infelizmente há muitos dirigentes e entidades locais que ainda não compreenderam o que é esse estatuto nem o querem compreender e aceitar.

Nesta terra onde habitamos, uns por nascimento outros por opção é tempo de deixar de ter medo do protagonismo dos outros em detrimento do nosso. Um clube bem gerido e cumpridor da sua utilidade pública é um clube que serve os seus associados e a população em geral e que pode substituir as entidades oficiais em actos para que não estão preparadas, recebendo dai as contrapartidas necessárias.

Nos antípodas do desinibido tom crítico mas não destrutivo que utilizamos, reavivou-se-nos a memória da velha máxima nacional que diz que: "Desgraça de pote é caminho de riacho."

Temos a dizer que por este caminho e no meio de tanto mercantilismo, a direcção não persegue um ideal por isso o melhor seria procurar uma viúva sem dificuldades financeiras, ou então apresentarem um plano de actividades que congregue os sócios de forma para que o clube não caia numa situação ainda mais insustentável, mesmo antes de faltar o dinheiro para o tão “culpado” futebol sénior, também este com “sócios” e funcionários do clube que julgam que ao ameaçar e ofender árbitros e equipes adversárias em campo é a melhor forma de corrigir os erros tácticos da equipe mas que fogem às responsabilidades quando o clube é castigado e multado pelas suas atitudes.

Neste ano 100 a direcção decidiu, homenagear 3 empresas bombarralenses que ajudaram o Bombarralense, sem qualquer margem para dúvidas merecedoras destas distinções mas, e as outras que ao longo destes 100 anos tem ajudado e fizeram com que o SCEB tenha chegado aos dias de hoje não podem ser esquecidas?

Porque não se iniciou esta distinção pelo passado de forma a chegar-se ao presente? Esperamos sinceramente que esta homenagem, não tenha sido o inicio de mais um ciclo de dificuldades do SCEB, o associativismo não é cego mas tem que ser imparcial.

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